A minha carissima Daniela Antonelli, dias atrás me disse que tinha usado um video de umas das minhas montagens de mesa-posta em um dos seus cursos, fiquei muito contente com isso e também com o convite para escrever aqui no seu site.
Apresento minha proposta de jantar com tema brasileiro em tons de verde e amarelo.
Recentemente, organizei uma memorável reunião de amigos e, em homenagem à culinária brasileira, o cardápio trazia delícias como picanha, pão de queijo e caipirinha, entre outros pratos típicos.
Além de organizar uma deliciosa jornada culinária, empreguei os tons icônicos de minha terra natal – o vibrante amarelo dourado e verde para infundir a reunião com um ambiente autenticamente brasileiro, aprimorando a experiência gastronômica geral. Acrescentar toques delicados de rosa e pêssego deu um equilíbrio harmonioso à decoração temática, completando uma noite inesquecível.
Entre os participantes estavam indivíduos de diversas formações profissionais, resultando em conversas envolventes e multifacetadas.
Essa dinâmica troca de ideias, fomentada pela eclética lista de convidados, acrescentou uma camada extra de diversão à noite.
Estou tão feliz por este jantar que transcendeu fronteiras e celebrou o espírito de união.
A etiqueta social tem sido parte integrante da vida do homem por muito tempo, com sugestões presentes até mesmo no Livro de Eclesiastes. Na antiga Grécia, a convivialidade representava uma experiência única, como afirmou Plutarco: “Não nos convidamos para comer e beber juntos apenas por isso, mas para fazê-lo em companhia.” Compartilhar uma refeição sempre foi um ato distintivo da humanidade, nos diferenciando das
outras espécies que habitam o planeta. Essa antiga tradição teve um impacto duradouro, criando uma tradição que atravessou os séculos, deixando uma marca indelével na cultura e nas relações humanas.
Durante a Idade Média, a mesa ganhou uma posição cada vez mais central na sociedade. Nos castelos e nas cortes, os banquetes eram momentos de esplendor e celebração, nos quais a mesa se tornava o ponto de encontro entre nobres, artistas e intelectuais. A montagem da mesa se tornou uma arte em si, com toalhas suntuosas, talheres de prata e pratos refinados que refletiam o prestígio e a riqueza dos anfitriões.
A etiqueta social à mesa, como a conhecemos hoje, é um costume relativamente recente, consolidado por volta da metade do século XVIII. No passado, nos palácios e nas casas senhoriais, os banquetes comemorativos e os eventos de representação ocorriam em diferentes
ambientes, pois ainda não existia um espaço dedicado especificamente ao consumo das refeições. A partir do século XVIII, a cultura da hospitalidade e das boas maneiras à mesa se espalhou cada vez mais, levando ao surgimento do maître d’hôtel, responsável pela montagem da mesa e supervisão do serviço aos comensais. Nos tempos modernos, as boas maneiras à mesa se estenderam às casas burguesas, onde surgiram os primeiros conjuntos de mesa, reservados para ocasiões festivas e visitantes.
No entanto, ao longo dos séculos, a convivialidade à mesa passou por mudanças significativas. Com o passar do tempo, a agitação da vida moderna e o advento da tecnologia minaram o valor profundo de compartilhar uma refeição. A agitação do cotidiano minou a tradição de sentar-se à mesa juntos, compartilhar histórias, ouvir e cultivar relações humanas.
Em uma época em que a comida muitas vezes serve apenas como combustível, perdemos de vista o potencial regenerativo da convivialidade à mesa. O prazer de compartilhar experiências culinárias, e se conectar com os outros foi em parte obscurecido pela corrida à conveniência e eficiência. O conceito de “para viagem” tornou fácil consumir comida sozinho, privando a mesa de seu papel central na interação humana.
À mesa, ensinávamos aos nossos filhos as boas maneiras e os educávamos a não desperdiçar, respeitar os mais velhos e demonstrar solidariedade aos menos afortunados. Pensem no filho mais velho que ajuda o mais novo a comer, ou que ajuda a limpar a mesa? À mesa,
estabelecíamos as bases para transmitir os primeiros valores éticos, aqueles que nos acompanhariam durante toda a vida e se tornariam nosso cartão de visita quando adultos.
No entanto, a nostalgia pela convivialidade à mesa é ainda palpável. As festividades, como o Natal, nos lembram da importância de nos reunirmos em torno de uma mesa farta, criando laços e preservando tradições. Há um desejo, ainda que ofuscado, de redescobrir o prazer de conversar, saborear a comida lentamente e cultivar relacionamentos sinceros.
A convivialidade à mesa, originada como um ato de comunhão e comunicação, continua desafiando a passagem do tempo. Apesar dos desafios modernos, podemos resgatar o significado profundo de sentar-se juntos à mesa, aproveitando os benefícios de uma conexão humana autêntica e de um ritual compartilhado. Em um mundo cada vez mais frenético, redescobrir o prazer de compartilhar uma refeição pode se revelar um ato de
resistência, uma oportunidade de nos reconectarmos ao que realmente nos torna humanos.”
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