O HOJE é único. Cada milésimo de segundo que passa não voltará. Muitas vezes não possuímos esta consciência de que estamos indo embora. Este não prestar atenção, nos leva a caminhar por aí distraídos, não atribuindo significado as coisas, as ações, aos olhares, as circunstâncias da vida que nos levam a tomar esta ou aquela decisão.
Se parássemos para pensar um minuto, verificaríamos que ter uma rotina e estar atento ao que a realidade está nos falando não é tão ruim assim.
Encontrar as mesmas pessoas diariamente, pegar o mesmo ônibus, troleibus ou metro, pode não ser tão estimulante se estamos desatentos, ou se a nossa atenção é sequestrada pelas tantas propostas velozes que nos são apresentadas a cada segundo.
Embora aparentemente a “Miss Rotina” apareça diariamente igual, se notarmos bem ela terá sempre algo diferente. Nada é igual na vida: o vento sopra para outras direções e para outras direções leva as folhas; uma nuvem não se repete; os humores das pessoas mudam. Talvez, um olhar mais atento, nos ajudaria a identificar aqueles aspectos do nosso dia que fazem ele ser diferente. São as pequenas diferenças do nosso dia que o tornam único, exclusivo, é o extraordinário no ordinário. Mas para ver isso, precisamos saber olhar.
Poderemos o revisitar na nossa memória, mas não será tangível, não poderemos jamais toca-lo com as mãos como o estamos fazendo agora.
Se assim fosse, isso nos colocaria uma questão importante: O que estamos fazendo com o nosso dia? Como estamos vivendo? Que marca estamos deixando por onde passamos?
Ao viajarmos a 300K/h na rodovia da vida, corremos dois riscos primários: o primeiro é não prestarmos atenção na paisagem, não nos reconhecermos como parte daquilo que nos circunda, o outro é que é muito provável que aconteça um acidente. O problema é que quando acontece o acidente, geralmente quem não tinha nada a ver, acaba se ferindo também.
Algumas vezes precisamos acelerar, outras vezes tirar o pé do acelerador. Tantas vezes precisamos mudar de pista, outras recalcular o percurso. Assim como durante uma viagem precisamos parar para abastecer, na rodovia da vida precisamos parar também, encher o tanque, tomar um café, esticar as pernas, alongar o olhar e sensibilidade reconhecendo no outro a importância da sua companhia nesta viagem.
O HOJE é único, a estrada é uma só. Escolhamos bem a companhia e sejamos boa companhia também!
Este artigo é resultado da parceria entre Dantonelli Consultoria – Brasil, com Eliandra Rocha de Ely Carter – Cartas e Contos – Itália – https://www.elycarter.com/blog.